1. Como se aprende a rezar
Sim, temos de aprender a andar, a falar, a ler, a escrever, também temos que aprender a rezar. O homem não saberia nada se nada lhe fosse ensinado.
O próprio Nosso Senhor o fez; nossas mães devem faze-lo desde que nascemos e os catequistas nos darão lições mais tarde.
Eles nos fazem conhecer a Deus, nos ensinam a lhe falar com respeito, com gratidão, com amor: nos fazem dizer e repetir as formulas das orações. É assim que se ensina a rezar.
Um dia seus Apóstolos lhe disseram: Senhor, ensinai-nos a rezar; nesse dia mesmo Jesus os ensinou o Pai Nosso, a mais bela das orações.
Nosso Senhor pela graça excita em nossos corações o santo desejo de rezar, e nos anima interiormente a rezar bem, o que os homens não sabem fazer.
2. Pequeno estudo do Pai Nosso
Nosso Senhor nos ensina o que precisamos desejar e pedir a Deus. Tudo encerrado em sete pedidos.
São três que se relacionam diretamente a Deus, e quatro que são mais expressamente relativos a nossos interesses.
Pedimos:
1o que seu nome seja glorificado,
2o que o seu reino venha a nós,
3o que sua vontade seja feita.
Pedimos:
1o nosso pão de cada dia,
2o o perdão dos nossos pecados,
3o a vitória sobre as tentações,
4o que os livre de todo mal.
Sim, Nosso Senhor não esqueceu de nada, e todo homem que regrar seus desejos pelo Pai Nosso alcançara a felicidade eterna.
Pedimos tudo que possa ser maior e melhor para a gloria de Deus e para nossa salvação.
Que o nome de Deus seja conhecido e glorificado como santo, que seu reino se estenda em nossas almas, e nos leve ao céu, que Deus seja obedecido por todos os homens tornados seus filhos; essa é a gloria que devemos desejar a Deus e que o fazemos quando dizemos o Pai Nosso com devoção.
Pedimos também nesses pedidos a graça da fé, da esperança e da caridade; da fé que nos faz conhecer e revelar o nome de Deus, da esperança que nos faz desejar e obter seu reino e enfim da caridade que nos faz abraçar a sua vontade e obedecer a sua lei.
Aqui está um pode ser útil a muita gente: no primeiro pedido lembrar nosso batismo, no segundo nossa crisma, e no terceiro os dez mandamentos.
O primeiro pedido terá como sentido que o nome de Deus seja santificado pela graça de nosso batismo que pedimos para nos conservar e que ele seja dado a todos os infiéis; no segundo que a graça de nossa crisma nos fortifique na Igreja que é o reino de Deus na terra e nos leve para o céu; no terceiro que a graça nos faça obedecer sempre aos dez mandamentos.
4. O Pai Nosso: os quatro últimos pedidos
Como se deve entender os quatro últimos pedidos?
Como a expressão exata de nossas necessidades, tanto para o corpo quanto para a alma.
Qual a ordem dos quatro pedidos em relação aos três primeiros?
Os quatro pedidos tem por fim nos por num estado para obter o que contêm os três primeiros: os primeiros visam por assim dizer a vida eterna, e os quatro outros tudo o que devemos ter na vida presente para alcançarmos a vida eterna.
Um modo útil é relacionar-los aos sacramentos como nos dois primeiros pedidos.
Aos dois sacramentos da Ordem e da Eucaristia. Pedindo a Deus o pão de nossos corpos, pediríamos ao mesmo tempo o de nossas almas, a Eucaristia, e ao mesmo tempo também pediríamos a Deus para nos dar padres, padres santos que guardem entre nós a Eucaristia.
Como pedimos o perdão dos pecados, o relacionamos ao sacramento da Penitência, implorando ao Pai celeste a graça de confessarmos sempre bem, sobretudo na hora da morte.
Teríamos no espírito o sacramento do Matrimonio, pedindo a Deus que ele seja sempre recebido e tratado santamente segundo a vontade de Deus; pois muitas vezes se toma esse estado para procurar ocasiões de tentação, o que é a ruína das almas e das famílias.
E ao sétimo pedido?
Relacionaríamos ao salutar pensamento da Extrema Unção que nos será dada na hora da morte quando mais precisamos desejar nos livrar do mal.
5. O Pai Nosso e Santa Teresa d’Ávila
Precisamente porque ela tem um método próprio de rezar o Pai Nosso, e talvez ganhemos em o conhecer.
Santa Teresa ligava os sete pedidos do Pai Nosso aos títulos de Deus dados por nosso amor.
No primeiro pedido ela o honra especialmente como seu Pai; no segundo o adora como seu Rei; no terceiro o ama como seu Esposo.
No quarto, onde se pede o pão de cada dia, reconhece Jesus como seu Pastor; no quinto como seu Redentor; no sexto como seu Medico; e no sétimo como seu Juiz.
Não podemos nos comparar a uma tão grande alma; mas instruídos por seu exemplo e suas lições, peçamos humildemente a Deus para nos dar a graça de avançarmos na compreensão do Pai Nosso, e para o rezarmos melhor.
1. A Ave Maria
Tendo Nosso Senhor nos dado Maria por Mãe, lhe oferecemos a saudação da Ave Maria depois do Pai Nosso como para obedecer o mandamento de honrar nosso Pai e nossa Mãe.
Então estando assim junto com o Pai Nosso, a Saudação angélica é uma oração excelente?
Sem duvida, pois foi, na sua maior parte, composta com palavras inspiradas pelo próprio Deus.
As do anjo Gabriel e as de santa Isabel.
O anjo disse a Maria: Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre todas as mulheres, quer dizer: a mais abençoada de todas as mulheres.
Retomando as ultimas palavras do anjo e acrescentando um novo elogio, santa Isabel disse: Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto de vosso ventre. Essa é a primeira parte da Ave Maria, à qual acrescentamos o pedido: Santa Maria,etc.
2. Explicação da Ave Maria
Encontramos o elogio de Maria e a confissão de nossa indigência.
Para reconhecer nela os bens que ela recebeu de Deus.
São eles: a plenitude de graça que a tornou querida de Deus acima dos Anjos e Santos: sua união com Deus que a conservou ao abrigo de todo pecado, sua maternidade divina que a elevou-a incomparavelmente acima de todas as mulheres, e por fim a honra que lhe é atribuída no cel e na terra por ser a Mãe de nosso Salvador Jesus.
Com grande gratidão para com Deus que tanto deu a Santíssima Virgem, e com grande alegria ao felicita-la por tanta graça e gloria com que ela foi cumulada por Deus.
3. Continuação da explicação da Ave Maria
A continuação, ou melhor o resumo das grandezas de Maria e a confissão de nossa indigência e de nossa necessidades.
É afim de atrair para a nossa indigência as misericordiosas ternuras da melhor das mães.
Que ela que é a própria inocência e pureza, reze por nós; que interceda por nós que somos pecadores e temos tanta necessidade de socorro.
Porque não há um só instante de nossa vida em que não tenhamos necessidade da graça de Deus e da intercessão de sua santa Mãe.
Porque esse momento será para nós particularmente temível: estaremos em instantes do julgamento que fixará nossa sorte na eternidade, e é bom nos assegurar a intercessão da Santíssima Virgem para essa hora solene entre todas.
4. Como devemos dizer a Ave Maria
As mesmas que para o Pai Nosso, a saber: a Fé, a Esperança e a Caridade.
A Fé nos revela as grandezas da Santíssima Virgem, sua incomparável graça, sua virgindade mais do que angélica, sua maternidade divina e assim nos ensina um profundo respeito.
Nos mostra a santa Mãe de Deus como uma Mãe cheia de bondade para conosco e por isso nos inspira a maior confiança em sua maternal intercessão.
E como nos socorre a caridade?
A caridade com a qual a Santíssima Virgem nos ama é uma eloqüente lição para nos ensinar a amar a Santa Mãe de Deus. Se amamos a Maria, nossa oração será melhor acolhida por seu coração que ama tão ternamente.
Com que disposições devemos recitar a Ave Maria?
Com humildade e contrição: a humildade nos fará reconhecer nossos pecados, e a contrição nos porá no estado de receber o perdão.
5. Os obstáculos à prece a Santíssima Virgem
Porque tantas pobres almas não rezam à Santíssima Virgem?
Muitas vezes por causa da ignorância e outras tantas talvez por orgulho ou ciúme.
Como a ignorância impede de rezar à Maria.
Quando não se sabe o quanto precisamos de seu socorro, o quanto ela nos ama e o quanto é poderosa para nos ajudar.
Mas qual pode ser o papel do orgulho?
Muitas vezes ele persuade certas almas de que basta se dirigir a Deus e que será diminuir-se se dirigir a uma criatura, ainda que ela seja a Santíssima Mãe de Deus.
E quanto ao ciúme?
É triste dizer, mas existem almas que imitando Satã, persuadidas de seu próprio mérito, têm ciúmes das grandezas da Santíssima Mãe de Deus, e por conseqüência não rezam para ela, ou rezam de ma vontade.
Qual o remédio para tais males?
Já dissemos : a humildade e a contrição: com essas duas disposições diremos bem a Ave Maria e também nossa invocação:
NOSSA SENHORA DA SANTA ESPERANÇA
CONVERTEI-NOS
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