Cartas do Concílio
Pe. Berto
Apresentação de Dom Lourenço Fleichman OSB
A revista Le Sel de la Terre, dos dominicanos franceses fiéis à Tradição acaba de publicar algumas das cartas que o Pe. Berto escreveu de Roma, durante o Concílio, às religiosas de Pontcalec, nas quais ele fala dos trabalhos nas sessões do Concílio e das angústias que ele sente diante do desastre que se anunciava eminente. Vamos expor alguns dados sobre o Pe. Berto e em seguida a tradução das cartas mais importantes.
Victor-Alain Berto nasceu em 1900, em Pontivy, na França. Formou-se em Filosofia e lecionou alguns anos. Foi terciário dos dominicanos. Entrou para o seminário francês de Santa-Chiara, em Roma, dos padres da Congregação do Espírito Santo e que era, na época, dirigido pelo Pe. Henri Le Floch, consultor do Sto Ofício, amigo de S. Pio X e do Cardeal Billot. O mesmo Pe. Le Floch que era diretor quando Mgr. Marcel Lefebvre esteve neste seminário.
Pe. Berto volta de Roma em 1926, tendo passado doutorado em teologia e em filosofia, na Academia Romana Santo Tomás. Depois de alguns trabalhos como vigário, professor de seminário e capelão, fundou um primeiro orfanato. Será o início de sua vocação de pai das crianças abandonadas. Do primeiro grupo de moças que o ajudavam no trabalho, será fundado o Instituto das Dominicanas do Espírito Santo, que também terão escolas para moças.
Sempre muito ligado à ortodoxia católica, foi chamado para fazer parte do comitê de direção da famosa revista teológica La Pensée Catholique, criada em 1946
Em 1963 Mgr. Lefebvre o convidou para participar do Concílio como seu teólogo particular. Ele estará assim, junto a Mgr. Lefebvre, a partir da segunda sessão do Concílio. Será o grande empreendedor dos trabalhos do Coetus Internationalis Patrum (Grupo Internacional de Padres do Concílio) que reuniu figuras como Mgr. Lefebvre, Dom Geraldo de Proença Sigaud, Dom Antônio de Castro Mayer e outros defensores do dogma católico durante o Concílio.
As cartas que vamos ler datam de 1963 a 1964. As primeiras que apresentamos comentam a eliminação da Constituição sobre a Virgem Maria. Como nota a redação da revista Le Sel de la Terre, "ela constitui uma impressionante análise da chamada "Nova Teologia" que triunfou no Concílio, do seu naturalismo, da sua superficialidade, de sua total falta de espírito de fé e de amor pelas almas". Nota ainda a redação da revista, na introdução: “Segundo Karl Rahner, o texto (esquema) como estava redigido era fonte de muitas inquietações para ele (...) e para o Pe. Ratzinguer que o tinha também examinado do ponto de vista teológico. Se este texto fosse adotado, continua Rahner, “resultaria um mal inimaginável do ponto de vista ecumênico, tanto no que toca os Orientais como para os Protestantes”. (...) Estas afirmações que Rahner atacava com tanta violência é o ensinamento contido no texto sobre a mediação da Santíssima Virgem Maria, em particular o título de Medianeira de todas as graças que lhe era atribuído no texto, sendo aí apresentado como doutrina comum defendida pelos católicos e apoiada por numerosas declarações do magistério ordinário. Como veremos na sequência, venceu o partido progressista e o texto foi abandonado.
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Roma, 29 de outubro de 1963, a tarde
Caríssimas filhas, por quarenta votos a mais (o voto sendo de maioria absoluta), o Concílio decidiu que não haveria Constituição distinta sobre a Santíssima Virgem e que só seria falado dela dentro da Constituição De Ecclesia, e até como epílogo desta Constituição [1] - quando na verdade ela é o Prólogo, o Exemplar e como um Resumo protótip da Igreja e de toda a ordem da salvação!
Nossa dor é extrêma, acima de qualquer palavra.
A maioria de votos é tão pequena que o resultado do escrutínio não foi proclamado na Congregação Geral. Mas será em todos os jornais desta tarde.
O que vai fazer esta metado do episcopado que desejava uma Costituição distinta sobre a Virgem Maria? Primeiro é muito difícil reuni-los, estando dispersos pelos quatro cantos de Roma. Muitos serão tomados do temor de agravar ainda mais as diferenças entre os Padres e serão passivos diante do que foi feito. Agradeço a Deus por estar a serviço de um dos mais firmes entre os mais firmes, dos mais corajosos entre os mais corajosos. Partiremos, Mgr. Lefebvre e eu, para uma reunião com sessenta ou oitenta Padres, assim eu espero. Se sair alguma coisa daí eu aviso.
Vigília de Todos os Santos 1963
Antes de ontem e ontem foram dias horríveis. Não me lembro de ter sofrido tanto espiritualmente. Os que disem que não há dores da alma certamente nunca viveram da alma. Foi o triunfo, ao menos por algum tempo, do falso sobre o verdadeiro, da arrogância sobre a simplicidade, da ciência orgulhosa e soberba sobre a ingenuidade dos pequeninos e dos pobres. Dirão a eles que eles são maus católicos, que rezam demasiadamente à Virgem Maria e que não deveriam nem mesmo rezar a ela, visto que são ignorantes e que é tão complicado rezar uma Ave Maria corretamente, que o melhor a fazer é esquecer isso. Deve-se rezar a Ave Maria de modo bíblico, exegético, figurativo, tipológico, eclesiológico. Como estes ignorantes poderiam faze-lo? Como poderiam evitar de cair no abismo sem fundo da devoção abusiva, criticável, mal entendida, caduca, que só vê na Virgem Maria a Mãe de Jesus e a nossa?
Ó Senhor Jesus, até quando? Lembrai-vos dos vossos pobres, lembrai-vos dos pequeninos! Não deixem assassinar nos seus corações a piedade para com vossa Mãe e deles.
Eles não têm defensores, não têm advogados, saibam bem, minhas caras crianças, que se fosse possível ser menos do que nada eu seria aqui, menos do que nada. Não temos acesso a nenhum lugar, todas as cátedras estão ocupadas, todas as portas fechadas. Sou um banido nesta Roma, junto com Dom Frénaud, com o Pe. Gagnebet, com o pequeno número dos que recusam louvores ao pseudo-profeta, quero dizer, a esta teologia monstruosamente arrancada do santo Evangelho, absolutamente heterogênia da fé dos simples, expulsando as crianças de diante do presépio, arrancando o Terço das mãos dos que não sabem ler, autosuficiente e orgulhosa, somando raciocínios aos documentos e documentos a raciocínios, sem outra finalidade que não seja sua complacência consigo mesma, como um muro infinitamente alto e infinitamente longo, desesperadamente invencível, não tendo atrás de si nada, e nada e nada, satisfeito de estar ali, de crescer sempre, se elevar sempre, até que não se veja nada além dele.
Já há dois dias que eu não passo sozinho quinze minutos que seja, sem chorar copiosamente.
A teologia é o contrário do que se faz aqui. E ela será uma ciência má, uma ciência maldita, se ela se esvazia do seu conteúdo primordial, que é uma fé idêntica à fé do mais iletrado dos fiéis. Eu creio no que crêem nossas crianças, e infeliz de mim se eu não crer isto, e num sentido muito verdadeiro eu, no fundo, não sei mais do que eles. Se a teologia perde esta humildade fundamental de querer permanecer consubstancial com a fé dos humildes, é certo que ela não merece mais uma hora de esforço, que ela nada mais é do que uma enorme e disforme tripa vazia planando no espaço, ou uma espécie de geometria não-euclidiana onde os teoremas se montam infinitamente sobre outros teoremas, até uma altura em que se pode muito bem desprezar o camponez apoiado em seu arado, mas que o camponez tem também o direito de desprezar, porque de toda uma biblioteca não euclidiana ele não teria com que fabricar o arado que alimenta os elevados geômetras não euclidianos.
Eu não duvido, vocês sabem bem disso, da humildade dos teólogos que são, eles também, não-euclidianos. Eu digo que eles forjam uma teologia que não é humilde que é por isso castigada com o mais terrível irrealismo. Ora, não se trata a teologia como se trata a geometria não-euclidiana. Esta não precisa ser real, não pretende ser real, ela pode sem problemas se considerar o que ela é, um jogo extra-espacial baseado em símbolos definidos arbitrariamente, e teremos sempre a geometria euclidiana para fabricar ferramentas ou construir pontes.
Mas a teologia tem necessidade de ser real, é uma exigência intrínseca sua, e ela não pode, sem se destruir, consentir em não se-lo. Se ela não for real e passar por tal, e chegar a se impor tanto que se faça considerar por tal, e que, ao mesmo tempo, ela se passe por ser a única teologia, a destruição é incalculável. Porque o real resiste, a humilde realidade da fé dos humildes; temos de um lado uma teologia que, não podendo alcançar o real, fabrica um substituto e pretende com este simulacro, ter alcançado o real; do outro lado o real verdadeiro, o real real, se posso dizer, desprezado, abandonado, pueril alimento dos pobres, desprezado pelos conhecedores.
Mas maldita a ciência que não se inclina a amar! Maldita a teologia sem carinho e sem sentimentos, a teologia inumana, que passa sem mesmo o ver, junto ao ferido caído no caminho de Jericó. Eu rejeito esta teologia, eu a rechaço, el ame causa horror, porque não há mais nada sobre os traços duros e fechados daquilo que Santo Agostinho chama o sorriso do Evangelho aos pequeninos, “superficies blanda parvulis”.
E eles criticam nosso “triunfalismo” como inventaram de dizer! E dizem que querem fazer a Igreja dos pobres! Quanta declamação!
Fazem uma idéia dos pobres tão irreal quanto todas as suas idéias. Eles não conhecem os pobres, não têm a experiência dos pobres, tornaram-se incapazes de conhece-los e de ter deles a experiência, porque, empurrado aos extremos, o espírito de sistema se fecha sobre si mesmo, se tranca, e para que os fatos reais não lhe seja contradição, ele os vê diferentes dos que são. Ele não tem apoio no real, mas o real também não se apóia nele, não exerce mais sobre ele a função redutora que só ele pode cumprir, e a razão perdida se equivoca sobre os pobres, como se equivoca sobre tudo.
Fica assim decidido que a Igreja será a “Igreja dos pobres” quando o papa não aparecer mais sobre a sede gestatoria, quando os bispos não usarem mais os ornamentos preciosos, quando a missa for celebrada em lingua vulgar, quando o gregoriano for relegado às discotecas e coisas do gênero, ou seja, quando os pobres forem privados da beleza, quando as cerimônias da Igreja, vulgarizadas, banalizadas, não lhes lembrarão mais nada da glória do céu, não lhes transportarão mais para um mundo mais elevado, não lhes elevarão mais acima de si mesmos, quando a Igreja, enfim, não terá nada além de pão para lhes dar – quando está escrito que nem só de pão vive o homem!
Quem lhes disse que os pobres não precisam da beleza? Quem lhes disse que a beleza religiosa não serve para os pobres como meio de acesso à verdade religiosa? Quem lhes disse que os pobres não gostam de ver um bispo presidindo uma processão, de báculo e mitra, aproximando-se deles para abençoar seus filhinhos? Foram os pobres que acusaram de desperdício quando Maria Madalena derramou o nardo sobre a cabeça de Jesus, a ponto de ter quebrado o vaso para não perder nenhuma gota do perfume? Quem lhes diz, sobretudo que, estando os bispos despidos das marcas litúrgicas de sua autoridade, os padres lhes serão mais obedientes, serão mais evangelicamente dedicados aos pobres? Quem lhes diz que as honras externas dadas aos bispos não servem como proteção aos pobres, quando sem elas a evangelização dos pobres não tem mais, aos olhos dos próprios pobres, nenhuma garantia de autenticidade, não possuindo mais esta autenticidade que a torna durável, não tendo mais o caráter de uma missão visivelmente recebida de uma autoridade mais alta, não parecendo mais do que uma atividade particular?
Destrói-se, rouba-se, invade-se, sem se preocupar com estas realidades; preocupar-se com isso seria “triunfalismo” e eles decidiram que o “triunfalismo” é o maior dos crimes, misturado, aliás, com o “constantinismo”, que consiste em pedir para a Igreja, junto às autoridades políticas, qualquer reconhecimento dos seus direitos. Como um dever que era perfeitamente claro, incansávelmente ensinado, pode ter se tornado um crime? Acusem o espírito de sistema e saibam que é um sistema perfeitamente unido, perfeitamente coerente, que deve ser ou totalmente aceito ou totalmente rejeitado. Só lhe falta ser da verdade, mas ele está, hoje, dentro de Roma. É ele, durante um concílio ecumênico, o único com direito à audiência, o único explicado publicamente, o único escutado, o único seguido.
O que ganham os pobres com isso? Infelizmente perdem tudo. Constatamos isto todos os dias, nós que estamos a serviço deles. Quando as leis, as instituições, os costumes públicos perdem toda referência à Igreja, quando tudo no Estado se faz ignorando deliberada e voluntariamente o cristianismo, quando a Igreja fica reduzida a uma associação privada, a primeira consequência é que os pobres não são mais evangelizados. Nem é preciso que o Estado seja de um laicismo hostil e agressivo, basta que ele seja “laico”. As classes mais abastadas podem, ao menos em parte, na educação dos filhos, escapar da enorme pressão social resultante do simples laicismo do Estado; os pobres não escapam[2]. Eles têm necessidade de assitência: ela é laica. Eles têm necessidade de hospitais: eles são laicos. Têm necessidade de escolas para seus filhos: são laicas. E se eles são pobres a ponto de não poder enterrar sesu mortos, terão funerais gratuitos, mas laicos, porque o Estado pagará o caixão e o coveiro, mas não pagará a espórtula de um absolvição. Os pobres, e apenas eles, estão aprisionados sem remédio na laicidade do Estado; eles apenas estão condenados sem remédios a respirar este clima de indiferentismo religioso causado pela laicidade do Estado. Quando conseguimos arrancar uma criança desta asfixia do Estado, deixamos cem outras para trás, que não serão jamais evangelizadas, que passarão de uma escola laica a um centro profissionalizante laico, de um centro laico a um movimento de juventude laico, e toda sua vida terá sido afastada cuidadosamente, pensadamente, pelo Estado, afastada de toda influência cristã, que será um milagre da graça se, uma única vez em cinquenta anos, ele se colocar apenas a questão de saber o que bem pode vir a ser um católico.
Há muito que já é assim; mas até hoje, a teologia católica que isso era um mal, uma iniquidade, uma desordem atroz cujas vítimas indefesas eram os pequenos deste mundo, uma desordem contra a qual era preciso trabalhar sem descanso para lhe substituir a ordem cristã. Agora esta teologia ensina, ao menos esta que tem o privilégio exclusivo da palavra, que esta desordem é que é a ordem, que a sociedade civil tem o dever de ser laica, e se a evangelização dos pobres tornou-se mais difícil, pior para os pobres: o Sistema não pode estar errado.
É um frenesi! Há apenas oito dias, assinado como “um teólogo da América Latina”, saiu um artigo dizendo que, como só o consentimento dos noivos é o elemento sacramental do matrimônio, já era tempo da Igreja dispensá-los de se apresentar diante do padre, para colocar-se em harmonia, ela também, com uma sociedade já felizmente “dessacralizada”. Onde foi publicado este artigo? Na Informations Catholiques Internationales, a poucas páginas de um artigo do Pe. Congar, que é aqui, hoje, o teólogo dos teólogos..
Chegamos a este ponto, caríssimas filhas. Teria sido, para os pobres e para os pequenos, a única parte das Atas do Concílio que lhes seria imediatamente acessível, que lhes teria falado direto ao coração, uma proclamação das grandezas da Santíssima Virgem, de seu poder de intercessão, da legitimidade e dos frutos do culto que temos por ela. Esta proclamação não acontecerá. Nossas crianças e todas as crianças do mundo não são levadas em consideração pelo Concílio, senão para lhes corrigir o “excesso” de sua confiança e de sua piedade. O que eles consideraram que deviam dizer sobre a Virgem Maria – o mínimo – será tão sabiamente e abstratamente embaralhado, absorvido e afogado na Constituição sobre a Igreja que não haverá nada que possa alimentar os pobres e pequeninos. Eu já vos escrevi, esta mudança (pois o que estava preparado era uma Constituição distinta para a Virgem Maria) pode parecer pouca coisa ut res; os teólogos podem sempre emendar qualquer coisa a qualquer outra coisa, é o básico de sua arte; mas ela é desastrosa ut signum[3]. O estandarte da Virgem não foi levantado; ele foi dobrado, para não dizer enfiado, escondido. Mas o que os pobres precisavam era ve-lo estendido.
[...]
Mas não sei se não sofri mais ainda pelos votos do dia seguinte[4]. Eles não são a contradição aberta e formal do primeiro concílio do Vaticano (felizemente, pois não poderiam ser). Eles são, no entanto, a negação ou, se preferirem, o abandono prático, e desta vez a maioria foi esmagadora, muito acima dos dois terços. Vaticano I não foi negado, ele foi silenciado, tido por inexistente. Tanto assim que ele não é nem citado nas questões apresentadas aos Padres. Na base das sutilidades, das distinções e preciosismos, os teólogos sempre escapam; mas ainda aqui, o que farão os pobres que não estudaram até aos trinta anos e para os quais, até agora, a estrutura da Igreja era tão acessível na sua simplicidade; para os quais também, era tão bom, tão doce, tão apaziguador, pensar no Papa como o Vigário de Cristo, não tendo aqui na terra nem superior, nem igual, plena e unicamente na posse do soberano poder dentro da Igreja? Mas o que são os pobres reais neste concílio até aqui tão irrealmente pastoral?
Não lhes digo nada das habilidades, das intrigas, das atúcias. Sei pouco sobre isso e o que eu sei já é muito triste. Que a Virgem Maria nos guarde, caríssimas filhas; rezem sempre.
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Permitam-me introduzir aqui um pequeno comentário, diante da grandeza do sofrimento deste padre, tomado ao vivo, ainda em chaga sangrando, nos dias do concílio. Sua alma de verdadeiro sacerdote não permitirá que tal sofrimento seja vivido de modo banal e passageiro. Vamos ler agora a carta que escreve a um outro sacerdote, sobre o mesmo tema do abandono do texto sobre Nossa Senhora, onde sua alma como que mergulha nas realidades do Evangelho para tirar as consequências dramáticas que um concílio terá de assumir por expulsar do recinto a Mãe de Deus.
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[1] Eis a explicação dada pelo Pe. Congar, um dos mais influentes teólogos do Concílio: “Falei sobre isso com grande número de bispos de diferentes paises [...] Eles hesitam. Não vêem razões decisivas para esta inserção. Não seriam contra, mas não estão convencidos por razões decisivas. No fundo só há uma razão: seria um meio de evitar acúmulos. Seria o modo de eliminar o Esquema (texto para voto) atual. É a ocasião única de se fazer um texto ecumênico. Mas quem sente estas coisas? Uns sentem outros não. É uma questão de sensibilidade” (Mon Journal du Concile, Paris, Cerf, 2002, t.1, pag. 496 (24 de outubro de 1963). A revista Le Sel de la Terre comenta: “Confissão interessante que revela a sensibilidade do Pe. Congar: estes peritos que combatiam o culto mariano não tinham mais o espírito católico. Lembremos de Fátima e os pedidos da Virgem Maria de reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.
[2] Sabemos que hoje os mais ricos também não escapam pois já não há colégios particulares que respeitem em tudo a lei de Deus. (nota do tradutor)
[3] Ut res....ut signum – enquanto realidade e enquanto sinal. O sentido da frase é ... a mudança tomada materialmente é pouca, mas as consequências são desastrosas.
[4] Sobre a colegialidade dos bispos