B - Erros na pastoral
17. A MÁ PASTORAL NAS DIRETIVAS DADAS PARA O APOSTOLADO DOS LEIGOS
17.0 Nas “organizações do apostolado leigo” que se instaure uma”educação especifica, teórica e pratica”, para “o bom uso dos instrumentos de comunicação social” (Inter Mirifica 16; cf § 15.8).
17.1 Os fieis leigos devem contribuir para o “progresso universal, na liberdade humana e cristã” (Lumen Gentium 36; sobre o mito leigo do progresso aceito pelo Concilio, com sua exaltação da “liberdade”, cf. § 6.2).
17.2 “Que todos tomem a peito considerar as solidariedades sociais entre os principais deveres do homem de hoje e as respeitar. Com efeito, mais o mundo se unifica e mais se manifesta que as obrigações do homem ultrapassam os grupos particulares para se estenderem pouco a pouco pelo universo inteiro. O que não pode se fazer sem que os indivíduos e os grupos cultivem neles os valores morais e sociais [quais? A definição é genérica – ndr] e as distribuam em torno deles. Então, com o necessário socorro da graça divina, surgirão homens verdadeiramente novos, artífices da nova humanidade”(Gaudium et Spes 30).” Assim o Concilio invoca a ajuda da Graça divina em um parágrafo consagrado à “ultrapassagem da ética individualista” – sem nenhum outro esclarecimento – e á exaltação de uma visão “social” de ética, que lembra as falsas doutrinas do socialismo e do comunismo!
17.3 “As vitórias do gênero humano são um sinal da grandeza divina e uma conseqüência de seu inefável designo” (GS 34).
Quais são essas “vitórias do gênero humano”? O canal de Suez? A conquista do dia de trabalho de oito horas? O sufrágio universal? A descoberta da penicilina? Nessa época, era a propaganda comunista que falava muitas vezes e de bom grado das “vitórias da humanidade em marcha”...
17.4 “Assim como ela procede do homem, a atividade humana lhe é ordenada. De fato, por sua ação, o homem não transforma apenas as coisas e a sociedade, ele se aperfeiçoa a si mesmo. Aprende muitas coisas, desenvolve suas faculdades, sai de si mesmo e se ultrapassa” (GS 35).
Mas a “atividade humana” não deveria ser ordenada para Deus, ao menos indiretamente, a partir do momento em que tudo o que fazemos está sempre relacionado com a gloria de Deus e a obtenção final do Bem supremo?
17.5 “A exemplo do Cristo que levou a vida de um artífice, que os cristãos se alegrem principalmente de poder conduzir sempre suas atividades terrestres unindo em uma síntese vital todos os esforços humanos, familiares, profissionais, científicos, técnicos com os valores religiosos sob a soberana disposição onde tudo se encontra coordenado para a gloria de Deus” (GS 43). Realizando essa unificação, os leigos “agirão, seja individualmente, seja coletivamente, como “cidadãos do mundo”, e “amarão cooperar com aqueles que perseguem os mesmos objetivos” (ibid.).
17.6 “Todos os que contribuem para o desenvolvimento da comunidade humana no plano familiar, cultural, econômico e social, político (tanto no nível nacional como no nível internacional), trazem pelo próprio fato e em conformidade com o plano de Deus, uma ajuda que não se negligencia para a comunidade eclesiástica, naquilo em que ela depende do mundo exterior” (GS 44).
A reviravolta da missão da Igreja atinge assim seu apogeu no elogio do mundo que converteu a Igreja aos valores dele.
17.7 “Que os crentes vivam, pois em estreita união com os outros homens de seu tempo e que se esforcem para compreender a fundo suas maneiras de pensar e de sentir, tais como elas se exprimem pela cultura. Que casem o conhecimento das ciências e das novas teorias, como das descobertas mais recentes, com os costumes e ensino da doutrina cristã, para que o sentido religioso e a retidão moral caminhem lado a lado entre eles com o conhecimento cientifico e os incessantes progressos técnicos; poderão assim apreciar e interpretar todas as coisas com uma sensibilidade autenticamente cristã” (GS 62).
Aqui está uma pastoral que procede no sentido exatamente oposto ao da pastoral de São Paulo (“non alta sapientes” Rom. 12, 16).
Em face desta pequena “suma” da pastoral “conciliar” para os leigos, só nos resta dizer: mysterium iniquitatis! E fazer o sinal da cruz.
17.8 Os jovens têm hoje um peso mais importante na sociedade; isto “exige deles uma maior atividade apostólica e o caráter natural dos jovens os dispõe para isso. [...] Os adultos terão o cuidado de travar com os jovens diálogos amigáveis que permitam a uns e a outros, ultrapassando a diferença de idade, se conhecerem mutuamente e comunicarem entre si suas riquezas próprias” (Apostolicam Actuositatem 12).
A descrição do “caráter natural” da juventude aparece sem ligação com a realidade, assim como acontece com o gênero de “dialogo” entre adultos e jovens aqui proposto, sentimental e xaroposo como de habito.
17.9 “Os católicos se esforçarão para colaborar com todos os homens de boa vontade para promover tudo o que é verdadeiro, justo, santo [...]. Entabularão um dialogo com eles, indo a eles com inteligência e delicadeza e procurarão como melhorar as instituições sociais e publicas segundo o espírito do Evangelho” (AA 14). Em Gaudium et Spes 78, lê-se: “todos os cristãos são chamados com insistência para se juntarem aos homens verdadeiramente pacíficos (hominibus vere pacifis) para implorar e instaurar a paz”, a expressão “homens pacíficos” sendo na época típica da propaganda comunista.
17.10 A colaboração dos fieis católicos com os “irmãos separados” é exigida pelo “patrimônio evangélico comum” e pelo “dever comum que resulta de levar um testemunho cristão” [com os heréticos e os cismaticos!];alem disso “os valores humanos comuns” reclamam também uma cooperação desse gênero “com aqueles que não professam o cristianismo mas reconhecem estes valores” (AA 27). Assim, com esse gênero de cooperação, “dinâmica e prudente”, os leigos “levam um testemunho ao Cristo Salvador do mundo e à unidade da família humana” (ibid.).
Os valores cristãos autênticos, católicos são assim considerados em função dos valores humanos, que lhes são então superiores: são, de fato, os valores humanos que permitem a unidade da “família humana” tão cara ao Concilio (cf. sessão 12).
17.11 “Em vista de facilitar melhor as relações humanas, convém também favorecer o desenvolvimento dos valores autenticamente humanos, em particular os que concernem a arte de viver com espírito fraterno, de colaborar, assim como dialogar com os outros” (AA 29).