Carta de um seminarista de Mater Ecclesiae
“LAMENTO! Sim! Tenho tudo,
absolutamente tudo, a lamentar desse “empreendimento” Mater Ecclesiae.
“Primeiro, a minha expulsão, por
ter feito demasiados e instantes pedidos a favor, por exemplo, de uma maior freqüência
da Missa de S. Pio V, do hábito eclesiástico, da correção no Seminário, dos
cursos na Universidade “Angelicum”, etc.
“A resposta a esses pedidos, várias
vezes reiterados, foi o silêncio e, sobretudo, o alinhamento progressivo e hoje
completo da Casa e de cada um dos seminaristas. Todo o empreendimento é hoje
motivo de troça por parte dos progressistas, bispos franceses em primeira
linha, e dos mais tradicionais!
“Dia após dia, vimos a situação
degradar-se, os seminaristas “despirem-se”, fazerem-se aceitar pelos bispos,
renunciando a tudo, estando dispostos a tudo...
“Depois, foi o tempo das sanções:
todos os que estavam encarregados de nos ajudar eram intimidados pelas
autoridades a deixarem de se ocupar de nós... A partir daí, para os que não
quisessem entender-se com os bispos da França ou de outros lugares, não havia
absolutamente mais nenhuma hipótese... “Vagus!”...
“E o Papa nada fez. E, sem dúvida,
no próximo ano, a Casa “Mater Ecclesiae” será fechada, o que, de resto,
talvez não seja pior.
“Várias vezes tive ocasião de
repetir, quer ao Cardeal Ratzinger, quer a certos “monsignori” da Cúria,
que infelizmente éramos obrigados a verificar que Mons. Lefebvre tinha razão
na maioria das coisas, e que eu me tinha enganado.
“Causa-me muita pena, ao
escrever-vos estas linhas, a parvoíce de ter abandonado Ecône, apesar dos
vossos conselhos; a covardia das autoridades (meço as minhas palavras), quando
se trata da Tradição, e a sua idêntica covardia quando se trata de ecumenismo
com os outros; e o abandono e a renegação de quase todos os que se tinham, no
entanto, comprometido a nada abandonar...
“Tudo, sim, absolutamente tudo me
leva a lamentar!”
“Roma, 2 de junho de 1988”