O Boletim Internet da Fraternidade S. Pio X, www.dici.org, publicou neste sábado 3 de abril, o relatório do Presidente da "Una Voce Internacional", associação que luta em favor da Missa de S. Pio V e que se posicionou, em 1988, dentro do acordo com a Comissão Ecclesia Dei.
Este relatório do Dr. Ralf Siebenbürger traz algumas notícias que são de nosso interesse:
- Foi confirmado pelo presidente da Comissão Ecclesia Dei, Cardeal Dario Hoyos, que os fiéis da Tradição que fizeram o acordo não terão uma organização jurídica parecida com a Administração Apostólica dos padres de Campos. Esta notícia foi uma ducha de água fria nas pretensões desta Associação que, juntamente com os padres da Fraternidade S. Pedro, dissidência da Fraternidade S. Pio X, e outros, sofrem nas mãos dos bispos que colocam mil empecilhos para que se realizem missas tradicionais nas suas dioceses, com raríssimas exceções.
- As razões levantadas pelo Cardeal Hoyos para negar este estatuto aos fiéis da Tradição espalhados pelo mundo são, no mínimo, reveladoras, para não dizer "aterradoras". Eu cito o relatório da Una Voce:
"Ele mencionou que este tipo de jurisdição própria tinha sido concedido à Associação São João Maria Vianney, de Campos porque o fundador desta Associação, Mons. de Castro Mayer, tinha ido muito além de Mons. Lefebvre. O Cardeal sublinhou que Mons. Lefebvre nunca fundou uma estrutura particular para sua Fraternidade que pudesse ser considerada como um ato concreto de cisma. Ao contrário, Mons. de Castro Mayer tinha fundado uma contra-diocese que era claramente um cisma. Para resolver este cisma, uma jurisdição própria tinha sido concedida à Associação e aos fiéis de Campos."
Fiquem sabendo, portanto, os fiéis da Diocese de Campos, que eles eram, no parecer oficial do Vaticano, verdadeiros cismáticos, ao longo dos vinte e cinco anos que se passaram entre a saída de Dom Antônio do governo de sua diocese e os acordos de 2001-2002. Vejam bem. Não se trata de dizer que eles não eram cismáticos mas Roma os via como cismáticos. Se hoje eles acham que tudo o que vem de Roma é bom, justo, certo, então devem crer piamente que este juízo que hoje Roma faz, oficialmente, sobre Dom Antônio também é verdadeiro. Quando sabemos que Dom Fernando Rifan lançou a tese (para nós absurda) de que havia DOIS Dom Antônios: um fiel à Roma, obediente ao Papa, titular da diocese, aceitando Vaticano II - o outro, que se aproximou de Mons. Lefebvre e tornou-se cismático por causa disso.... Ora vejam que Roma considera que a verdade é o contrário disso: Dom Lefebvre não fez cisma, quem o fez foi Dom Antônio.
A Fraternidade S. Pio X agradece este reconhecimento oficial, de peso. Já a Administração Apostólica de Campos deveria abrir os olhos! Quem está enganando a quem?