Primeiras impressões sobre o Motu Proprio Summorum Pontificum
Dom Lourenço Fleichman OSB Como todos já sabem, o Papa Bento XVI num ato histórico, devolveu à missa de S. Pio V um lugar dentro da vida eclesial moderna. Não é ainda o lugar de direito, visto que ela é ainda considerada como "forma extraordiána" do rito Romano da Missa. Mas é, sem dúvida, um lugar de fato, que abre aos padres escrupulosos e que sofriam as pressões do episcopado para não celebrar a missa tridentina um caminho de liberdade que pode causar uma redescoberta do patrimônio litúrgico por milhares e milhares de fiéis. Os textos para a análise deste fato já se fazem numerosos, o que dificulta a rapidez da informação. Porém, como nossa orientação sempre foi a da formação, mais do que a da informação, nada de mais que esperemos alguns dias para que todos estes textos sejam devidamente traduzidos e analisados. O fato é que Mons. Fellay, Superior Geral da Fraternidade S. Pio X, deixou claro em sua Carta aos fiéis, que é graças à Mons. Marcel Lefebvre e seu incansável combate pela tradição, no meio das perseguições e penas absurdas, que hoje se obtém do papa esta liberação parcial da missa católica. Assinala ainda Mons. Fellay como causa espiritual deste fato histórico, os dois milhões e meio de terços rezados no mês de Outubro passado nesta intenção. É claro que estes primeiros momentos devem ser vividos na oração e na reflexão, mais do que no entusiasmo, pois junto com os benefícios, existem muitas ambiguidades, como por exemplo, a insistência do papa em dizer que as duas missas são formas diferentes do mesmo rito Romano do Missal. Analisando-se fria e teológicamente os dois ritos, ve-se que não cabe esta aproximação. Ao contrário, trata-se de duas concepções diferentes da Missa e é de extrema importância que se compreenda o porquê. Por ora, apresentamos um pequeno resumo esquemático, para posterior desenvolvimento:
Fica claro que se trata de ritos diferentes e que não é tão simples assim dizer que devemos aceitar a missa nova como plenamente católica. Graves dificuldades teológicas nos impõem uma atitude de defesa da fé, pois o rito novo "afasta-se no todo como no detalhe da concepção católica da missa tal como definida no Concílio de Trento" (Card. Ottavianni e Bacci, 1969). Que muitos católicos descubram, pois, este tesouro de vida católica, de dogmas católicos, de fé católica que é a Missa Tridentina, codificada por S. Pio V e armada por uma muralha protetora contra os ataques dos inimigos da Igreja. E que muitos padres voltem a celebrá-la, com piedade, com devoção, com fé. Apresentaremos nos próximos dias os textos traduzidos e novos comentários.
|