A Missa Católica
(do Catecismo de São Pio X)
A santa
Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo que, sob as
espécies do pão e do vinho, se oferece por mãos do sacerdote a Deus
sobre o altar, memória e renovação do sacrifício da Cruz.
- Se trata de um verdadeiro
sacrifício ou imolação do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus.
- O sacerdote é o
sacrificador da vítima oferecida pelos pecados do mundo. É Cristo que na
pessoa do sacerdote, se oferece a Deus Pai para expiar pelos nossos
pecados e livrar-nos do mal.
- A presença do Senhor é
real, substancial e física sob as espécies eucarísticas, prescindindo
da presença do povo.
Praticamente:
- Afirmação da presença do Corpo, Sangue, Alma e Divindade de nosso
Senhor Jesus Cristo sob as aparências do pão e do vinho, isto é, a
substância do pão e do vinho é transformada na substancia do Corpo e
Sangue do Senhor.
- Afirmação do sacerdócio
ministerial, isto é, o sacerdote é consagrado com um caráter indelével
para ser em eterno um outro Cristo, para permitir que Cristo na sua pessoa
e através da sua pessoa, abençoe, perdoe os pecados e consagre o pão e
o vinho.
- A Missa é válida e
justificada ainda que esteja presente apenas o sacerdote, porque Cristo no
sacerdote consagra a Si mesmo nas espécies eucarísticas e se oferece ao
Pai como vítima pelos nossos pecados renovando o sacrifício do Calvário,
onde sozinho e abandonado se imolava por todos nós.
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A nova Missa
(Instituição Geral do Missal
Romano, n° 7)
A ceia do Senhor, ou Missa, é
a santa assembléia ou reunião do povo de Deus que se reúne sob a presidência
do sacerdote para celebrar o memorial do Senhor. Portanto, no que diz
respeito à reunião local da santa Igreja, vale de modo eminente a
promessa de Cristo: "Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu
nome, eu estou no meio deles" (Mt., 18, 20).
- Trata-se de uma reunião do
povo.
- O sacerdote é o presidente
de uma assembléia para dirigir o encontro. Ele é em tudo igual aos fiéis
( ato penitencial inicial e rito de comunhão comum ao sacerdote e aos fiéis).
- A presença do Senhor é
puramente espiritual, e se faz possível através da reunião do povo,
portanto inexistente sem o povo.
Praticamente:
- Negação implícita da presença real do Senhor nas espécies eucarísticas.
Afirmação de uma mera presença espiritual no povo.
- Negação do sacerdócio
ministerial, relegando-o a uma função de presidência para dirigir uma
assembléia (na nova linguagem o sacerdote preside a Missa, não mais
celebra a Missa).
- Não tem sentido uma Missa
sem a presença do povo, o qual é necessário para garantir a presença
espiritual do Senhor.
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Se as palavras possuem algum sentido, é impossível não constatar à
primeira vista essas diferenças.
Se por outro lado não era intenção do redator dar esse significado às
suas palavras, ou seja, modificar totalmente a doutrina católica sobre a
santa Missa, então que ele volte à escola primária para aprender a se
expressar.
Mas como o redator era inteligente, é claro que ele quis exprimir o seu
pensamento e a sua fé em termos inequívocos.
Depois, foi redigida uma outra definição da Missa, menos herética, mas
isso não mudou a realidade do novo rito.
É como se um arquiteto desenhasse a planta de uma casa e depois da sua
construção ele percebesse que a casa não se sustenta de pé, aí então
ele se contentasse em mudar a planta sem no entanto modificar a casa.
Ouçamos a voz dos protestantes, neste caso, bem mais iluminados
do que os Católicos:
Enquanto Lutero diz, a respeito do rito católico:
«Eu declaro que todos os bordéis, os homicídios, os
furtos, os assassinatos e os adultérios não são nada em comparação
com aquela abominação que é a missa papista.».
Os protestantes de hoje declaram, a propósito do novo rito:
Max Thurian (da Comunidade de Taizé, um dos seis pastores que
participaram na redação do novo rito - La Croix, 30.5.1969): "Um
dos frutos do Novus Ordo será que talvez as comunidades não Católicas
poderão celebrar a santa ceia com as mesmas orações da Igreja Católica.
Teologicamente é possível."
Siegevalt (professor na Faculdade protestante de Strasburgo - Le
Monde, 22.11.1969): "Agora, na missa renovada, não há nada que
possa perturbar o cristão evangélico"
S. A. Teinone (teologo luterano - La Croix, 5.5.1972): "A
maior parte das reformas desejadas por Lutero existem de agora em diante
no próprio interior da Igreja Católica...então por que não
reunirmo-nos?"
Neste ponto, quem não quer ver e compreender é no mínimo desonesto.
Não interessa o que agrada e o que não agrada, o importante é a
Verdade, isto é, a comunhão com Deus.
Criar um rito que agrada, mas que é falso e herético, é o mesmo que dar
murros ao vento com a ilusão de amassar o pão.
Além do mais é uma injúria contra Deus e uma traição aos fiéis católicos.
Fala-se de obediência.
Mas se alguém me apresentar uma pedra e me disser que por obediência
devo acreditar que é um pão, posso até crer por ignorância, por medo,
por comodismo, mas nada disso diminui o fato de que uma pedra é uma
pedra.
A obediência na Igreja é uma arma mortífera se mal interpretada, porque
toda a vida da Igreja está baseada na obediência, sendo a Igreja uma
sociedade monolítica construída sobre Pedro.
Portanto o primeiro obediente deve ser o Papa, que não pode afastar-se da
verdade:
" O Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de Pedro,
para que por sua revelação, ensinassem uma nova doutrina, mas para que
por sua assistência, guardassem santamente e expusessem fielmente a
revelação transmitida pelos Apóstolos, ou seja, o depósito da Fé."
(Concilio Vaticano I).
Se por hipótese o Papa se afastasse da verdade, dada a mentalidade Católica,
ele arrastaria com muita facilidade toda a Igreja para fora da verdade.
Ora, através das duas diferentes definições de Missa e do comentário
dos protestantes, torna-se claro que o novo rito se afastou da doutrina
católica a respeito da Missa.
Não se julga as intenções, olha-se para os fatos e contra fatos os
argumentos e as intenções nada valem. Não interessa as justificativas
dos inovadores sobre uma presumida "maior riqueza contida nos novos
livros litúrgicos".
Por obediência, passaram de uma realidade da Missa, católica, dogmática,
canonizada, para uma realidade protestante.
Será que eu posso chamar uma pedra de pão só por obediência?
Posso por acaso seguir um rito reformado só porque assim me ordenou a
Autoridade? Muito cômodo! Peçamos então aos protestantes que se tornem
novamente Católicos em nome da obediência!
Posso por acaso chamar de "Missa Católica" esta nova missa:, tão
longínqua das definições do Concílio dogmático de Trento e tão
aplaudida pelos protestantes, usando o pretexto de que esta foi imposta do
"Alto"?
A primeira regra da obediência é a vontade divina, assim diz São Tomás
de Aquino, e a segunda regra é a vontade dos superiores na medida em que
esses aderem a Cristo. Pelo qual é um dever repreender os superiores caso
esteja em jogo um perigo para a fé. Neste caso os superiores deveriam ser
repreendidos pelos seus inferiores e até mesmo publicamente. Esse foi o
modo como agiu São Paulo em relação a São Pedro (Suma Teológica, II-II,
q. 33, a. 4, ad 2m).
Dizem que basta rezar com devoção.
Mas muitos protestantes, muçulmanos ou budistas rezam com sincera devoção,
e nem por isso podemos dizer que seus cultos são verdadeiros.
"Os deuses dos pagãos são demônios" (Salmo 95).
Dizem que todos agem assim.
Por ter afirmado a verdade, Jesus ficou só diante de Pilatos e isso não
diminui o fato de que apenas Ele tinha razão.
Em suma, quando se diz que o "novo rito da Missa representa, seja no seu
todo como nos seus detalhes, um impressionante afastamento da teologia Católica
da Santa Missa, tal qual essa foi formulada na sessão XXII do Concílio
Tridentino"(Card. Ottaviani), de forma alguma se trata de opinião pessoal de qualquer
cardeal tradicionalista retrógrado, mas sim da fé de toda a Igreja
expressa naquele Concílio Dogmático. Se depois de tudo isso alguém
quisesse se afastar, teria toda a liberdade, mas que não continuasse
usando o nome de Católico para não confundir os filhos da Igreja.
Não interessa quem escreveu aquela definição, interessa a verdade sobre
a Missa.
Há alguns que alegam que os dois ritos são equivalentes. É
como se me dissessem que o violino e a guitarra são iguais. Por que não
experimentam pedir ao grande Paganini para tocar o IV concerto de Brandenburgo
com o arco sobre as cordas de uma guitarra? Depois me dêem notícias
dessa obra prima!
Peçam a um sacerdote sério pra celebrar o sacrifício do Calvário com
este instrumento protestante que é o novo rito (anglicano-calvinista),
forjado para recordar unicamente a ceia do Senhor, e provavelmente vocês
terão uma Missa, mas verdadeiramente deturpada.
Por outro lado, se fossem equivalentes (e o nega seja a teologia católica,
seja a protestante), por que motivo inventar um rito todo novo quando já
temos um belíssimo, feito e aprovado por toda a história e teologia da
Igreja?
Seguindo a nova definição da Missa - e até mesmo os teólogos
protestantes confirmam que o conteúdo corresponde à definição - não se
faz mais aquilo que antes fazia a Igreja Católica. Será então que deveríamos
concluir que o sacrifício perpétuo foi abolido?
Em suma:
- se para a validade da Missa é necessário fazer aquilo que faz a
Igreja.
- e se a Igreja de hoje não faz mais o que fazia a Igreja de ontem e de
sempre,
seria necessário concluir que a Missa de hoje não tem validade?
A validade da Missa depende então da fé pessoal do
"presidente", e muitos "presidentes", por causa dos
defeitos já descritos, demonstram uma clara diminuição de sua fé e
alguns nem mesmo crêem mais (40% na França), sobretudo os jovens
educados dentro dessa nova mentalidade.
Que há uma diminuição da fé, esse é um fato evidente:
- o Santíssimo Sacramento, no sacrário, ficava no centro de nossas
igrejas, entronizado sobre o altar principal, objeto de imediata adoração
para quem ali entrava. Hoje na maioria das igrejas foi removido e muitas
vezes nem mesmo se sabe onde o colocaram. Isso quando não é arrumado de
modo verdadeiramente indecoroso! (eu mesmo tive oportunidade de vê-lo em
meio a trastes velhos, numa caixa de papelão dentro de um depósito). O
lugar central agora é reservado à mesa;
- a tal mesa não é mais um altar onde antes se guardava as relíquias
dos mártires, mas simplesmente uma mesa;
-reza-se a Missa voltado para o povo, à moda dos calvinistas e
anglicanos e não mais voltados para o oriente (na direção de onde
surge o sol, símbolo do Cristo ressuscitado) ou para o sacrário.
- Incensa-se o Santíssimo da mesma forma que se incensa as estátuas ou o
povo: 3x2 ao invés de 3x3 como se fazia antes;
- Durante a Consagração não mais se incensa o Santíssimo, mas se incensa a mesa,
as estátuas e o povo. (quando se usa o incenso!).
- Não se faz mais a genuflexão depois das palavras da Consagração,
antes da elevação. Será que há dúvidas de que essas palavras ditas
pelo sacerdote são realmente eficazes? Apresenta-se a hóstia ao povo e o
povo consagra junto com o sacerdote (sacerdócio comum do
"presidente" e dos batizados?)
- Existe ainda a tendência de se querer diminuir o número das missas
durante a semana, substituindo-as talvez pela leitura da Bíblia, enquanto
antes a Missa era obrigatória todos os dias, em todas as paróquias.
- a comunhão é dada na mão dos comungantes, ao passo que até 1979 era
considerado um sacrilégio tocar o Santíssimo.
- a comunhão é recebida em pé ou sentado, enquanto antes se recebia de
joelhos com uma genuflexão antes e depois ao se levantar;
- todos os homens e mulheres, podem tocar o Santíssimo e até mesmo
distribuí-Lo, enquanto antes era um privilégio único dos sacerdotes ou
diáconos;
- não se usa mais a patena, por isso os Fragmentos caem pelo chão e são
pisados (Lúcifer deve invejar este pecado que ele jamais conseguiu
cometer);
- joga-se fora a água das abluções logo depois da comunhão (isso
quando fazem abluções!), enquanto antes o sacerdote, depois de ter
lavado os dedos com o vinho e com a água, bebia tudo;
- supressão geral da Bênção do Santíssimo.
Sobre estes pontos, os sacerdotes mais devotos se encontram num
conflito constante e devem lutar continuamente contra as perversões
advindas desta novidade, ou então devem se adequar mesmo violando suas
consciências.
Outros fenômenos concomitantes:
- nos anos 70, cerca de cem mil sacerdotes abandonaram o sacerdócio, e não
por motivos fúteis ou vulgares, mas devido à crise religiosa e de
identidade. Desculpem-me, mas se uma doutrina (sobre o sacerdócio e a
Missa) que lhe foi ensinada como verdadeira, num golpe só, lhe é
declarada como equivocada, é natural que você resolva mandar tudo pelos
ares.
- existe uma proibição insidiosa contra o verdadeiro rito católico,
como se fosse um terror sacro, uma antipatia visceral inexplicável, um ódio
sobrenatural só de pensá-lo (Lutero não está muito longe!);
- pela primeira vez na história, as reformas das ordens religiosas não
provocaram um retorno ao rigor dos fundadores, mas uma adaptação e uma
abertura maior à mentalidade do mundo, da qual os religiosos antes eram
desapegados e afastados. E tudo isso estranhamente organizado pelos próprios
Superiores Maiores, enquanto semeia-se a suspeita, o desprezo e a
marginalização daqueles religiosos que quiseram manter sua fidelidade
ao hábito, aos votos e às suas regras religiosas;
- os sacerdotes e muitos religiosos se secularizaram (hábito e estilo de
vida);
- os leigos passaram a fazer parte do clero, com a introdução do
diaconato permanente para homens casados;
- os seminários e conventos de fecham ou se adaptam à mentalidade do
mundo;
- cada vez mais os "católicos" se "consagram" às
chamadas "comunidades eclesiais", fundadas por mestres dúbios,
espécie de gurus, formando assim espécies de guetos separados,
superiores à comunidade dos fiéis, com seus ritos floridos e
multicoloridos e sua própria hierarquia;
- variações infinitas no que diz respeito ao dogma, à moral, à Sagrada
escritura, à liturgia;
- entre os fiéis, cada vez mais, ganha terreno a idéia de que todas as
religiões são boas, desde que o homem seja bom.
As chagas são incontáveis, a confusão é total, a Igreja tornou-se
uma Babel.
E então faz-se necessário retornar à alma da Igreja: a santa Missa
autêntica, não reformada, na espera de tempos melhores.
E uma vez que, como diz o provérbio latino: ""Lex orandi,
lex credenti"" (a lei da oração estabelece a lei da Fé), ou
seja, assim como se reza, assim se crê, da verdadeira Missa Católica
desabrocha a fé católica necessária para a salvação.
A Santa Missa não é uma invenção do Papa São Pio V, mas a compilação
da Missa romana antiga da qual foram tirados alguns acréscimos
introduzidos no decorrer dos séculos: em suma, esse é o rito romano
antigo retornado à sua simplicidade primitiva e tornado obrigatório em todo o orbe católico e até o
fim do mundo, com penas severas para quem ousasse retocá-lo.
Não é como a nova Missa, que depois de trinta anos ainda está em fase
de pesquisa e de modificações, sujeita ao capricho desse ou daquele
"presidente" ou de qualquer liturgista de plantão, os quais não
sabem o que querem e nem pra onde vão, todavia se acham infalíveis e
investidos de poderes absolutos, de autoridade drástica. Cheios de ciência,
competência, eles sabem de tudo!!
"Orgulho é sem dúvida aquela confiança em si mesmo pela qual se erguem como regra univeral. Orgulho é aquela vanglória que
ali se apresenta fazendo-os dizer, altivos e inchados: nós não somos
como o resto da humanidade! E que para não os fazerem entrar em confronto
com os demais, lhes empurra para as mais absurdas novidades …" (São Pio X).
"Virá um tempo em que não suportarão mais a sã
doutrina e levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar
novidades, ajustarão mestres para si, afastarão os ouvidos da verdade e
se atirarão às fábulas" (2 Tim., 4, 3-4).
"Se o sal perder o
sabor…… não serve senão para ser jogado fora e pisoteado pelo
povo" (Mt, 5, 13).
""VOS
AUTEM RESISTITE FORTES IN FIDE""
(I Petr., 5, 9).
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